Temos que ser capazes de olhar para o futuro onde todos teremos benefícios, e não onde os mais pobres pagam para os mais ricos terem benefícios.

Gostaria de fazer um vídeo a explicar esta novela mas infelizmente dos que deveriam ver e ouvir podem nem ter acesso a internet, tendo em conta que dos aproximadamente 15 milhões de utilizadores de telefonia móvel, somente 5 milhões tem acesso a internet, e poucos com capacidade para ver vídeos.

O INCM não removeu e nem cancelou os bónus do povo como muito se fala por aí, mas sim regulou, permitindo que os bónus cheguem até 50% do valor. Isto quer dizer que se alguém recarregar com 100, pode receber até 50, ficando com 150. É pouco? Julgam que devem continuar a ser recarregar com 100 e receber 100 ou mais? Quem na sua loja iria vender um saco de arroz e oferecer outro saco ou mais dois? E como muitos querem comparar com o recente caso do Cimento, porque é que não se compra 1 saco de cimento e receber outro de borla?

Um outro aspecto a ter em conta, é que dos 15 milhões de utilizadores, somente um número aproximado a 50 mil é que beneficiam dos famosos bonus sem limites, e o resto da população, que são 99,6% continuam a pagar o valor real nas recargas de 10, 20 e 50 meticais.

Portanto meus caros, todos que estão aqui a defender o uso abusivo das recargas que beneficiam 0,4% dos utilizadores, estão na verdade a favor do privilégio que tem acima do verdadeiro povo do campo, e das localidades.

Na verdade, é aquele POVO do campo e das localidades, que ao pagar o valor real nas chamadas, acaba comparticipando e criando condições para as operadoras darem esse privilégio a uma minoria das cidades.

A regulação (não cancelamento) dos bonus, vai afectar (porque usamos em exagero) a mim, a minha família, aos meus amigos, mas a longo termo criará melhores condições de sinais, e de qualidade de rede pelo País todo e num futuro breve poderemos ter mais moçambicanos com acesso a telefonia móvel.

As operadoras com condições financeiras podem fazer esse jogo, com bonus sem limites, e num médio prazo eliminar as concorrentes e até comprarem as outras operadoras, e acham mesmo que quando estiverem sozinhas a operar irão continuar com o mesmo bónus? Ou será uma exploração total?

O INCM tem que regular e ao atribuir bónus até 50% está muito bom, ou então queremos tudo de borla, e para isso, nem precisamos que as empresas invistam e vamos pedir ao Estado para dar tudo de borla.

Gostaria também que o PCA do INCM, Eng Américo Muchanga, uma pessoa que muito entende de comunicação pudesse aparecer ao público e explicar detalhadamente, sem interferência política, para que todos possamos entender melhor.

A luta continua, não por uma minoria, mas por todos!
Yassin Amuji

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